A safra de trigo de 2023 gerou inúmeros desafios para os agricultores do Sul do Brasil. O histórico El Niño trouxe temperaturas e precipitações muito acima da média histórica, até mesmo para anos com a ocorrência do fenômeno. Apenas durante o mês de setembro, boa parte da região registrou volumes acumulados próximos aos 900 milímetros, valor que por si só já seria suficiente para atender toda a safra. Os resultados dos efeitos climáticos foram a alta incidência de doenças como a giberela, brusone da espiga e estria bacteriana – essas últimas duas, típicas do Cerrado brasileiro -, e a ocorrência de germinação na espiga. Esses fatores ocasionaram na redução tanto da produtividade das lavouras, como da qualidade industrial e PH dos grãos.
O retrospecto de 2023 é necessário para entendermos o cenário para a safra de trigo de 2024, pois o ano desafiador deixou efeitos importantes para o produtor. Como fator direto da redução de produção, o agricultor que vai às compras em meio ao planejamento da próxima safra observa uma menor disponibilidade de sementes. Nesse contexto, é de suma importância que o produtor conheça a qualidade das sementes que ele está comprando. “O agricultor não está lidando com uma safra normal, e sim com uma safra atípica, em que a qualidade da semente que ele está adquirindo não é a mesma que ele costuma obter”, ressalta o coordenador de produção da GDM Seeds, Bruno Moncks.
Tendo esse cenário em vista, é fundamental para o sucesso do produtor na safra de trigo de 2024 a atenção a três principais fatores: conhecer a qualidade fisiológica e sanitária da semente; realizar o tratamento de sementes visando o controle de fungos, mas principalmente de Fusarium graminearum, fungo amplamente incidente nas sementes desta safra e que pode gerar relevantes prejuízos na lavoura; e seguir todas as recomendações na hora de semear.