
ABELHAS AUMENTAM PRODUTIVIDADE DA SOJA
As abelhas são importantes no processo de polinização para diversas culturas de frutas – como morango, melão e melancia. A novidade é a possível convivência harmônica do inseto com a plantação de grãos, como soja, feijão e algodão. Se você tem uma plantação de soja, por exemplo, pode fazer um trabalho de restauração de espécies que alimentam as abelhas, ao redor da cultura.
A agricultura sem elas produziria muito menos e algumas culturas nem conseguiriam produzir. É simples: pólen e néctar das plantas são o principal alimento das abelhas em todas as fases da vida e fazendo isso elas polinizam a lavoura. Cerca de um terço da produção agrícola mundial está sob responsabilidade desses pequenos insetos que polinizam 85% das culturas fundamentais.
Um estudo publicado no Journal of Economic Entomology mostrou a dependência das culturas agrícolas por polinização animal. As abelhas são responsáveis pela polinização de 42% das 57 espécies vegetais mais plantadas no mundo. No Brasil, das plantas cultivadas, mais de 60% dependem da polinização animal, considerando plantas cultivadas para alimentação humana, produção animal, biodiesel e fibras.
Em 2018 os serviços ecossistêmicos (polinização) prestados à agricultura pelas abelhas e outros animais foi estimado em R$ 43 milhões. Alguns produtos de grande relevância no Brasil dependem muito delas. São eles: soja, café, feijão, laranja, maçã, melão e cacau. Mesmo as que não dependem da polinização animal se beneficiam como trigo, milho e arroz. No algodão, por exemplo, a atividade das abelhas aumenta em 16% o peso da fibra e na canola eleva a produtividade em 70%.
São mais de 1.600 espécies nativas de abelhas catalogadas no país. Destas, cerca de 240 não possuem ferrão e são excepcionais na recomposição de floras e recomposição de ecossistemas.
Relação conturbada
Nem sempre essa relação é harmoniosa. O uso indiscriminado e não seguindo as boas práticas agrícolas de inseticidas na soja foi responsável por 70% da mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul entre 2014 e 2017. Cerca de 480 milhões de insetos morreram entre o final de 2018 e o começo de 2019. Em Santa Catarina foram 50 milhões de abelhas a menos em janeiro de 2019.
"O Brasil serve de exemplo para o mundo"
Segundo o Movimento Colmeia Viva, iniciativa promovida pelo setor de defensivos agrícolas que tem por objetivo incentivar o diálogo entre agricultores e criadores de abelhas, esse cenário vem mudando. Só pela presença dos insetos é possível aumentar a produtividade, já que eles têm a soja como pasto apícola. Por outro lado a produção de mel também é intensificada com boas floradas na soja. Essa proximidade pode render aumento de até 10% na produtividade da oleaginosa.
Vê-se, portanto, a necessidade de divulgar e incentivar a convivência harmônica com as abelhas, não só para o setor, mas para toda sociedade.
Fonte: adaptado dos sites “Conexão Agro - Abelhas aumentam produtividade da soja, mas são ameaçadas por agrotóxicos”, “Canal Rural - Abelhas aumentam produtividade de grãos em até 30%” e “Agrolink - Abelhas e soja podem conviver?”
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